André Luiz Oliveira
Nascido em Salvador, Bahia, em 04 de fevereiro de 1948, André Luiz de Oliveira cursou por dois anos Economia na Universidade Federal da Bahia, enquanto frequentava o curso de cinema organizado por Walter Silveira e Guido Araújo – teóricos pioneiros e grandes fomentadores do cinema baiano. Em 1968 estreou na direção com o curta-metragem em 16 mm Doce Amargo (codireção José Umberto), com o qual ganhou o prêmio de Melhor Documentário no Festival JB Mesbla, realizado no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, ainda residindo na Bahia, roteirizou e dirigiu seu primeiro longa-metragem, Meteorango Kid, o Heroi Intergalático, tornando-se um dos principais representantes do chamado Cinema Marginal – movimento cinematográfico que despontava no cenário nacional como antítese do Cinema Novo. No V Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 1969, Meteorango conquistou três importantes prêmios: Júri Popular, Prêmio Especial do Júri e Margarida de Prata, da CNBB (representando a OCIC – Office Catholic International du Cinèma).
Enquanto Meteorango fica retido na censura até o seu lançamento em 1972, André Luiz realiza em 1971 o curta-metragem A fonte, documentário sobre o escultor baiano Mário Cravo.
Em 1971, mudou-se para o Rio de Janeiro. Entre 1974 e 1975 filma em Goiás, no rio Araguaia, seu segundo longa-metragem, A Lenda de Ubirajara, que é uma adaptação livre do clássico de José de Alencar. No VIII Festival de Brasília, em 1975, o filme levou os prêmios de Melhor Roteiro e Especial do Júri e também o Coruja de Ouro de Melhor Fotografia e Cenografia (prêmio máximo da cinematografia brasileira da época).
André Luiz morou fora do Brasil (Índia e Portugal) entre 1975 e 1977, e, ao retornar à Bahia, realizou vários curtas-metragens: Ladeiras de Salvador, Vaquejada, Dia de Iemanjá, É Dois de Julho e O Cristo de Vitória da Conquista.
Nos anos seguintes, dedicou-se à realização de videodocumentários, comerciais para televisão e, sobretudo, à música, fazendo direção de shows e performances musicais. Como compositor, lançou cinco álbuns: África Brasil, Ser Fã e Mensagem, Mensagem 2 e, recentemente, Mensagem 3.
Em 1991, mudou-se para Brasília e, para não perder o contato com o Projeto Mensagem, criou o trio que mais tarde chamaria de Os Bandarra. Durante 10 anos, esse trio realizou várias apresentações em Salvador, Belo Horizonte e Brasília.
Após 20 anos de ausência da direção de longa-metragem, em 1994 roteirizou e dirigiu o filme Louco por Cinema, que, no XXVII Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ganhou diversos prêmios, entre eles, o de Melhor Filme e Melhor Diretor.
Além dos roteiros de seus próprios filmes, André Luiz escreveu, entre outros, os roteiros dos longas-metragens Retrato Falado de Castro Alves (Silvio Tendler, 1999) e João Cândido – O Almirante Negro (Tânia Quaresma, 2008), assinou a trilha do filme Um certo Agostinho da Silva (João Rodrigo Silva, 2009) e escreveu o livro Louco por Cinema, arte é pouco para um coração ardente, que relata a trajetória do roteiro do longa de mesmo nome.
Seus últimos documentários biográficos são A Nova Ciência – Amit Goswami, Agonia e Êxtase – Edgar Navarro, O Cozinheiro do Tempo – Bené Fonteles, O Exu Iluminado – Mario Cravo e Zirig Dum Brasilia – Renato Matos
A partir de 2007, André Luiz passou a se dedicar à musicoterapia e, ao trabalhar como coterapeuta, vem realizando uma série de vídeos sobre o atendimento musicoterápico a crianças autistas. Os vídeos do trabalho de André Luiz, junto com sua esposa, estão no canal do youtube chamado musicoterapiautismo.
Depois do filme documentário/ficção, Sagrado Segredo, André Luiz lançou seu último longa-documentário sobre o cantor/ator/artista baiano/brasiliense Renato Matos, que ganhou cinco prêmios na Mostra Brasília de 2014, entre eles, o prêmio de Melhor Diretor e Júri Popular.
Atualmente, com seu parceiro de longa data, Vinicius, e convidados, André Luiz faz também o show Cia. das Índias, que mistura cítara, instrumento que estuda a quase 40 anos, e viola caipira.